Educação integral na era de políticas de resultado e o mal-estar dos coordenadores pedagógicos

Autores

DOI:

https://doi.org/10.24934/eef.v23i40.4028

Palavras-chave:

Educação integral. Coordenação pedagógica. Políticas de resultado. Pesquisa colaborativa.

Resumo

O artigo discute os sentidos e as possibilidades da educação integral em tempos de  políticas educacionais orientadas por resultados. Relata os processos e resultados de uma pesquisa colaborativa realizada com a equipe pedagógica de uma escola pública de período integral do município de São Caetano do Sul. Os registros foram analisados na perspectiva sócio-histórica e com base na abordagem teórico-metodológica dos Núcleos de Significação. Os sentidos e significados atribuídos pelos sujeitos à educação integral evidenciam contradições no entendimento desse conceito, ao mesmo tempo que revelam um mal-estar produzido pela lógica competitivaque rege e organiza o trabalho escolar. Repensar o sentido, as temáticas e o formato dos processos formativos dentro das escolas é um caminho alternativo às políticas prescritivas, mas requer um cuidadoso trabalho reflexivo que lhe dê sustentação.

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Biografia do Autor

Sanny Silva da Rosa, Universidade Municipal de São Caetano do Sul - USCS

Doutora em Educação (Currículo) – PUC-SP; pós-doutoramento: IOE - University College of London; professora e pesquisadora do Programa de Pós-Graduação Stricto Sensu em Educação da Universidade Municipal de São Caetano do Sul – USCS; temas de pesquisa: políticas públicas educacionais; políticas curriculares; gestão educacional 

Maria Isabel Padovan, Universidade Municipal de São Caetano do Sul - USCS

Mestre em Educação – Universidade Municipal de São Caetano do Sul – USCS; professora do ensino fundamental da rede municipal de SCS; pesquisadora do grupo de pesquisa Gestão Democrática e Qualidade Social da Educação (CNPq) USCS. Contato: mbel_pp@hotmail.com 

 

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Publicado

24/08/2020

Como Citar

Rosa, S. S. da, & Padovan, M. I. (2020). Educação integral na era de políticas de resultado e o mal-estar dos coordenadores pedagógicos. Educação Em Foco, 23(40), 110–130. https://doi.org/10.24934/eef.v23i40.4028