Educação integral na era de políticas de resultado e o mal-estar dos coordenadores pedagógicos
DOI:
https://doi.org/10.24934/eef.v23i40.4028Keywords:
Educação integral. Coordenação pedagógica. Políticas de resultado. Pesquisa colaborativa.Abstract
O artigo discute os sentidos e as possibilidades da educação integral em tempos de políticas educacionais orientadas por resultados. Relata os processos e resultados de uma pesquisa colaborativa realizada com a equipe pedagógica de uma escola pública de período integral do município de São Caetano do Sul. Os registros foram analisados na perspectiva sócio-histórica e com base na abordagem teórico-metodológica dos Núcleos de Significação. Os sentidos e significados atribuídos pelos sujeitos à educação integral evidenciam contradições no entendimento desse conceito, ao mesmo tempo que revelam um mal-estar produzido pela lógica competitivaque rege e organiza o trabalho escolar. Repensar o sentido, as temáticas e o formato dos processos formativos dentro das escolas é um caminho alternativo às políticas prescritivas, mas requer um cuidadoso trabalho reflexivo que lhe dê sustentação.
Downloads
References
AGUIAR, Wanda Maria Junqueira de; SOARES, Júlio Ribeiro; MACHADO Virgínia Campos. Núcleos de Significação: uma proposta histórico-dialética de apreensão das significações. Cadernos de Pesquisa, v.45 n.155 p.56-75 jan. /mar. 2015.
AGUIAR, Wanda Maria Junqueira de; OZELLA, Sergio. Apreensão dos sentidos: aprimorando a proposta dos núcleos de significação. Revista Brasileira de Estudos Pedagógicos, Brasília, v. 94, n. 236, p. 299-322, jan. /abr. 2013. Disponível em: <http://www.scielo.br/pdf/rbeped/v94n236/15.pdf> Acesso em: 22 ago. 2019.
AGUIAR, Wanda Maria Junqueira de. A pesquisa junto a professores: fundamentos teóricos e metodológicos”. In: AGUIAR, Wanda Maria Junqueira de (Org.) Sentidos e Significados do Professor na Perspectiva Sócio-Histórica: relatos de pesquisa. São Paulo: Casa do Psicólogo, 2006. 130p.
ALMEIDA, Laurinda Ramalho de; PLACCO, Vera Maria Nigro de Souza. O Coordenador Pedagógico e questões de contemporaneidade.6 ed. São Paulo: Loyola, 2012. 144p.
ARENDT, Hannah. A Condição Humana. Trad. Roberto Raposo. 10. ed. Rio de Janeiro: Forense Universitária, 2008. 352p.
ARROYO, Miguel G. A humana docência. In: Ofício de Mestre: imagens e auto-imagens. 3a ed. Petrópolis: Vozes, 2000. p. 50-67.
ARROYO, Miguel Gonzales. O direito ao tempo de escola. Cadernos de Pesquisa, s.l., n. 65, p. 3-10, 1988.
BALL, Stephen J. The Education Debate. The Policy Press. Bristol: University of Bristol, 2008.
BALL, Stephen J.; MAGUIRE, Meg; BRAUN, Annette. How schools do policy. Policy enactments in secondary schools. London, USA, Canada: Routledge, 2012.
BRASIL. Ministério da Educação. Parâmetros Curriculares Nacionais: terceiro e quarto ciclos: apresentação dos temas transversais/ Secretaria de Educação Fundamental. – Brasília: MEC/SEF, 1998. 436 p.
BRASIL. Ministério da Educação. Educação integral: texto referência para o debate nacional. Brasília: MEC, Secad, 2009. 52 p. Série Mais Educação. Disponível em: <http://educacaointegral.mec.gov.br/images/pdf/bibioteca/cadfinal_educ_integral.pdf> Acesso em: 11 abr. 2019.
BRASIL, Ministério da Educação. Caminhos para elaborar uma proposta de Educação Integral em Jornada Ampliada. Brasília: SEB/MEC, 2011. 64p. Série Mais Educação. Disponível em: <http://educacaointegral.mec.gov.br/images/pdf/bibioteca/caminhos_elaborar_educ_integral_cecipe_seb.pdf> Acesso em: 11.abr.2019.
BRASIL. Portaria MEC n. 1144 de 10 de outubro de 2016. Institui o Programa Novo Mais Educação, que visa melhorar a aprendizagem em língua portuguesa e matemática no ensino fundamental. Disponível em: <http://portal.mec.gov.br/docman/outubro-2016-pdf/49131-port-1144mais-educ-pdf/file> Acesso em: 31 ago. 2019.
CAVALIERE, Ana Maria. Anísio Teixeira e a Educação Integral. Paidéia, v.20, n.46, p.249-259, mai./ago. 2010. Disponível em:<http://www.scielo.br/pdf/paideia/v20n46/11.pdf> Acesso em: 31 ago.2019.
CHIZZOTTI, Antônio; PONCE, Branca Jurema. O currículo e os sistemas de ensino no Brasil. Currículo Sem Fronteiras, v. 12, n. 3, p. 25-36, set./dez. 2012. Disponível em: <http://www.curriculosemfronteiras.org/vol12iss3articles/chizzotti-ponce.pdf> Acesso em: 31 ato. 2018.
COLL, César; POZO, Juan Ignácio; SARABIA, Barnabé; VALLS, Enric. Os conteúdos na reforma. Ensino e aprendizagem de conceitos, procedimentos e atitudes. Porto Alegre: Artes Médicas, 2000. 182p.
DELORS, Jacques. Educação: um tesouro a descobrir. 5. ed. São Paulo: Cortez/Brasília – DF: MEC/UNESCO, 2001. 288p.
DOURADO, Luiz Fernandes; OLIVEIRA, João Ferreira de A qualidade da educação: perspectivas e desafios. Cadernos CEDES, v. 29, n. 78, p.201-215, mai./ago. 2009. Disponível em: http://www.scielo.br/pdf/ccedes/v29n78/v29n78a04.pdf Acesso em: 11 set. 2019.
DUARTE, Newton. As pedagogias do "aprender a aprender" e algumas ilusões da assim chamada sociedade do conhecimento. Rev. Bras. Educ., Rio de Janeiro, n. 18, p. 35-40, dez. 2001. Disponível em: <http://www.scielo.br/pdf/rbedu/n18/n18a04.pdf> Acesso em: 11 set. 2019.
ESTEVE, José M. O mal-estar docente. Bauru, São Paulo: EDUSC, 1999
FREITAS, Luiz Carlos de. Os Reformadores Empresariais da Educação e a disputa pelo controle do processo pedagógico na Escola. Educação e Sociedade, Campinas, v. 35, n. 129, p. 1085-1114, 2014. Disponível em: http://www.scielo.br/pdf/es/v35n129/0101-7330-es-35-129-01085.pdf Acesso em: 14 ago. 2019
FULLAN, Michael; HARGREAVES, Andy. A escola como como organização aprendente. Buscando uma educação de qualidade. 2ª. ed. Porto Alegre: Artmed, 2000
GARCIA, Paulo Sérgio; PREARO, Leandro (Orgs.). Avaliação da educação escolar no Grande ABC Paulista: primeiras aproximações. São Paulo: Plêiade, 2015. 181p.
HYPOLITO, Álvaro Moreira; VIEIRA, Jarbas dos S., LEITE, Maria Cecília L. Currículo, gestão e trabalho docente. Revista e-Curriculum, v.8, n. 2, p.1-16, ago. 2012.
Disponível em: https://revistas.pucsp.br/curriculum/article/view/10989/8109 Acesso em: 11 set. 2019.
IBIAPINA, Ivana M. Lopes de Melo. Pesquisa Colaborativa. Investigação, formação e produção de conhecimentos. Brasília: Líber Livro Editora, 2008, 136p. (Série Pesquisa)
MOLL, Jaqueline (Org.). Caminhos da educação integral no Brasil: direitos a outros tempos e espaços educativos. Porto Alegre: Penso, 2012. 503p.
NAGLE, Jorge. Sociedade e Educação na Primeira República, 2ª. ed. Rio de Janeiro: DP&A, 2001.
NÓVOA, Antônio. Profissão professor. 2ª. ed. Porto: Porto Editora, 1999 (Coleção Ciências da Educação).
PÉREZ GÓMEZ, A. I. A cultura escolar na sociedade neoliberal. Porto Alegre: ARTMED Editora, 2001.
PERRENOUD, Philippe. Dez novas competências para ensinar. Trad. Patrícia Chittoni Ramos, Porto Alegre: Artmed, 2000.
PONCE, Branca Jurema; ROSA, Sanny S. da. Políticas curriculares do estado brasileiro, trabalho docente e função dos professores como intelectuais. Revista Teias, v. 15, n. 39, p.43-58, 2014. Disponível em: https://www.e-publicacoes.uerj.br/index.php/revistateias/article/view/24481. Acesso em: 19 set. 2019.
SÃO PAULO. Secretaria de Educação. Diretrizes do Programa Ensino Integral. Escola de Tempo Integral. São Paulo: s/d. Disponível em: <http://www.educacao.sp.gov.br/a2sitebox/arquivos/documentos/342.pdf> Acesso em: 14 set. 2019.
SACRISTÁN, J. G. Consciência e ação sobre a prática como libertação profissional dos professores. In: NÓVOA, Antônio. Profissão Professor. Porto: Porto Editora, 1999.
SANCHES, Ana Paula R.; GAMA, Renata Prenstteter. O mal-estar docente no contexto escolar: um olhar para as produções acadêmicas brasileiras.
Laplage em Revista (Sorocaba), v.2, n.3, p.149-162, set.-dez. 2016. Disponível em: http://www.laplageemrevista.ufscar.br/index.php/lpg/article/view/188/437 Acesso em: 21 set. 2019.
Downloads
Published
How to Cite
Issue
Section
License
Autores que publicam nesta revista mantêm os direitos autorais e concedem à revista o direito de primeira publicação, com o trabalho simultaneamente licenciado sob a Licença Creative Commons Attribution que permite o compartilhamento do trabalho com reconhecimento da autoria e publicação inicial nesta revista.
Autores têm autorização para assumir contratos adicionais separadamente, para distribuição não-exclusiva da versão do trabalho publicada nesta revista (ex.: publicar em repositório institucional ou como capítulo de livro), com reconhecimento de autoria e publicação inicial nesta revista.