Imagem que estudantes quilombolas constroem de si a partir do olhar dos outros

Autores

DOI:

https://doi.org/10.36704/eef.v25i46.5886

Palavras-chave:

Corpo, Educação Escolar Quilombola, Educação, Identidade, Quilombo do Chumbo

Resumo

O artigo tem como objetivo problematizar a imagem que os estudantes quilombolas, do Chumbo, constrói de si e de seu território, a partir do olhar dos outros e como a escola tem se posicionado diante dos negativismo que perpassam essa autoimagem heteroatribuída. A pesquisa se insere na abordagem qualitativa etnográfica e teve como instrumentos de coleta: a observação e entrevistas com gestores e professores da escola Nossa Senhora Aparecida. Os resultados apontam que o olhar dos outros são definidores, por excelência, da imagem negativa que os estudantes constroem de si mesmos e de seu território. Percebe-se o esforço da escola em reverter esse processo de negativismo, mas ainda é um trabalho não sistemático, e representa um desafio à modalidade de Educação Escolar Quilombola.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Referências

ALMEIDA, A. W. B. de. “Os quilombos e as novas etnias”. In: O'DWYER, E. C. (org.). Quilombos: identidade étnica e territorialidade. Rio de Janeiro: Editora FGV, 2002.

BARDIN, L. Análise de Conteúdo. Lisboa: Editora 70, 1979.

BRANDÃO, A. P. Saberes e fazeres: modos de interagir, v. 3. RJ. Fundação Roberto Marinho, 2006.

BRASIL. Constituição da República Federativa do Brasil. Brasília, DF: Senado Federal: Centro

Gráfico, 1988.

__________. Resolução CNE/CEB nº 4 de 13 de julho de 2010. Diretrizes Curriculares Nacionais Gerais para a Educação Básica. Brasília, Diário Oficial [da] República Federativa do Brasil, 14 de julho de 2010, Seção 1, p. 824, 2010.

__________. Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação Quilombola. Parecer CNE/CEB nº 16 de 2012. Resolução nº 08, de 20 de novembro de 2012.

CARRIL, L. de F. B. Os desafios da educação quilombola no Brasil: o território como contexto e texto. Revista Brasileira de Educação, Rio de Janeiro Autores associados, v. 22, n. 69, abr./jun, p. 539-564, 2017.

CORBIN, A; COURTINE, J.J, VIGARELLO, G. Prefácio à História do Corpo. In: CORBIN, Alain; COURTINE, J.J, VIGARELLO, G. História do Corpo: da Renascença às Luzes. Petrópolis, RJ: Vozes, 2009. p. 07-14.

COSTA, J. F. Da cor ao corpo: a violência do racismo. In: SOUZA, N. S. Tornar-se negro ou as vicissitudes da identidade do negro brasileiro em ascensão social. Rio de Janeiro: Graal, 1984, p. 01-16.

CUCHE, D. Cultura e Identidade. In: CUCHE, Denys (Org.). A noção de cultura nas ciências sociais. Bauru, Edusc, 2009, p. 175-202.

DIWAN, P. Raça pura: uma história da eugenia no Brasil e no mundo. 2. ed. São Paulo: Contexto, 2014.

ESCOLA MUNICIPAL NOSSA SENHORA APARECIDA. Projeto Político Pedagógico. Poconé, 2015.

FOUCAULT, M. Vigiar e Punir. Petrópolis: Vozes, 2001.

FREIRE, P. Pedagogia do Oprimido. São Paulo: Editora Paz e Terra, 1987.

FREITAS, D. Palmares - A Guerra dos Escravos, Porto Alegre: Movimento, 1971.

FREITAS, G. G. de. O esquema corporal, a imagem corporal, a consciência corporal e a corporeidade. Ijuí, RS: Editora UNIJUÍ, 1999.

GEERTZ, C. A interpretação das culturas. l. ed., 13. reimpr. Rio de Janeiro: LTC, 2008.

GOMES, N. L. Alguns termos e conceitos presentes no debate sobre relações raciais no Brasil: uma breve discussão. 05 out. 2012. Disponível em: <http://www.acaoeducativa.org.br/fdh/?p=1555>. Acesso em: 10 ago. 2017.

_______________. Educação, identidade negra e formação de professores/as: um olhar sobre o corpo negro e o cabelo crespo. Educação e Pesquisa, São Paulo, v. 29, n. 1, p. 167-182, 2003.

________________. Sem perder a raiz: corpo e cabelo como símbolos da identidade negra. 2. ed. Belo Horizonte: Autêntica, 2008.

MATO GROSSO. Secretaria de Estado de Educação. Orientações Curriculares: Diversidades Educacionais. Secretaria de Estado de Educação de Mato Grosso. Cuiabá: Defanti, 2010. Disponível em: <http://www.seduc.mt.gov.br/educadores/Documents>. Acesso em: 31 ago. 2016.

MEDINA, J. P. S. O brasileiro e seu corpo: educação e política do corpo. Campinas: Papirus, 1987.

MOREIRA, A. F. B.; CANDAU, V. M. Educação Escolar e cultura(s): construindo caminhos. Revista Brasileira de Educação, n. 23, p. 156-168, maio/jun./jul./ago., 2003.

MUNANGA, K. Origem e histórico dos quilombos em África. In: MOURA, C. (Org.). Os quilombos na dinâmica social do Brasil. Maceió: EDUFAL, 2001, p. 21-31.

______________. Origem e Histórico do Quilombo na África. Revista USP, n. 28, dez./fev., 1995.

NOGUEIRA, I. B. Significações do corpo negro. 1998. 143 f. Tese (Doutorado em Psicologia. Universidade de São Paulo, São Paulo, 1998.

O’DWEYR, E. C (Org.). Quilombos: Identidade étnica e territorialidade, Rio de Janeiro: Editora FGV, 2002.

OLIVEIRA, R. M. de. Descolonizar os livros didáticos: raça, gênero e colonialidade nos livros de educação do campo. Revista Brasileira de Educação, Rio de Janeiro: Autores associados, v. 22, n. 68, jan./mar., p. 11-34, 2017.

ONOFRE, J. A. A Lei 10.639/03 e seus desdobramentos em uma escola quilombola. 2014. 171 f. Dissertação (Mestrado em Educação). Universidade Federal da Bahia, Salvador, 2014.

PORPINO, K. de O. Dança é Educação: Interfaces entre Corporeidade e Estética. Natal, RN: EDUFRN – Editora da UFRN, 2006.

REIS, J. J; GOMES, F. dos S. (Org.) Liberdade por um fio: História dos quilombos no

Brasil. São Paulo: Companhia das Letras, 1996.

SACRISTÁN, J. G. Educar e conviver na cultural global: as experiências da cidadania. Porto Alegre: ArtMed, 2002.

SALES, C. S de. Pensamentos da Mulher Negra na Diáspora: Escrita do Corpo, Poesia e História. Revista de História da África e de Estudos da Diáspora Africana, ano V, n. IX, p. 91-110, 2012.

SANT’ANA, D. B. de. É possível realizar uma história do corpo? In: SOARES, Carmen Lúcia (Org.). Corpo e História. Campinas, SP: Autores Associados, 2001.

SANTOS, S. P. dos. Os ‘intrusos’ e os ‘outros’ quebrando o aquário e mudando os horizontes: as relações de raça e classe na implementação das cotas sociais no processo seletivo para cursos de graduação da UFES – 2006-2012. 2014. 390 f. Tese. (Doutorado em Educação). Universidade Federal do Espírito Santo, 2014.

SCHILDER, P. A imagem do corpo: as energias construtivas da psique. 3. ed. São Paulo: Martins Fontes, 1999.

SEYFERTH, G. A invenção da raça e o poder discricionário dos estereótipos. Anuário Antropológico, Rio de Janeiro, v. 93, p. 175-203, 1995.

SILVA, T. T. Documentos de Identidade: uma introdução às teorias do currículo. Belo Horizonte: Autêntica, 1999.

SOARES, C. L (Org.). Corpo e História. Campinas, SP: Autores Associados, 2001.

SODRÉ, M. Claros e escuros: identidade, povo e mídia no Brasil. Petrópolis, RJ: Vozes, 1999.

Downloads

Publicado

30/08/2022

Como Citar

Castilho, S. D. de, & Oliveira, B. M. de. (2022). Imagem que estudantes quilombolas constroem de si a partir do olhar dos outros. Educação Em Foco, 25(46), 252–275. https://doi.org/10.36704/eef.v25i46.5886