Símbolos Pátrios:
a representação de ícones nacionais no Rio Grande do Sul na Primeira República
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https://doi.org/10.36704/eef.v25i46.6538Palavras-chave:
Escola, História da Educação, Diretrizes Educacionais, ícones pátriosResumo
A transição do Império para a República acabou por intensificar a utilização da escola como um espaço de formação dos cidadãos e das pretensas nacionalidades brasileiras. Diversos autores dedicaram-se a este tema, como Carvalho (1998), Nagle (2001), Faria Filho (1998) e Souza (1996). Em esfera regional, Tambara (1995) e Corsetti (2000) teceram importantes reflexões sobre a educação na Primeira República. Nesta perspectiva, este artigo tem como proposta discutir questões vinculadas às diretrizes educacionais em distintos períodos da história da educação no Estado do Rio Grande do Sul, a escola sempre teve um papel fundamental na formação da nação brasileira, desta forma os positivistas gaúchos da Primeira República e os militares do período da década de 1970 imprimiram aos seus discursos e práticas preceitos republicanos consonantes ao seu tempo histórico. Na composição deste trabalho serão utilizados documentos-fontes como Relatórios Intendenciais, fotografias e notícias de jornais, os quais circulavam nas localidades de Pelotas e Bagé, entre as décadas de 1910 e 1920. Estes serão analisados pelo prisma da História Cultural, notadamente no que se refere às interlocuções entre História e Teoria Social, pautando-se em Burke (2002). O presente estudo embasa-se, ainda, em Bourdieu (2006), no que se refere à categoria de poder simbólico. Levou-se em consideração, também, os estudos sobre arquitetura e espaços escolares de Frago (2001), Escolano (2000), assim como de Bencostta (2009) e Vidal (2006). Compreende-se que ícones patrióticos foram amplamente utilizados no espaço educacional, constituindo-se em elementos de poder simbólico, os quais corroboraram para o fortalecimento do regime republicano, o qual contava com a escola como lócus de afirmação. Para tanto, tais símbolos estiveram presentes tanto como elementos integrantes do espaço escolar, como presentes em práticas educativas curricularizadas ou não, sejam em atividades em disciplinas, como trabalhos manuais ou em comemorações cívicas, as quais foram amplamente realizadas nesse período.
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