As artes da atenção conjunta: formação e cuidado na Universidade
formação e cuidado na Universidade
DOI:
https://doi.org/10.36704/eef.v25i47.6906Palavras-chave:
Atenção conjunta, Ensino remoto, Formação, Oficina de escrita, PandemiaResumo
O objetivo do artigo é analisar as dificuldades enfrentadas por estudantes universitários com a escrita acadêmica, bem como possibilidades de seu exercício em ecossistemas baseados na atenção conjunta, com características de reciprocidade, sintonia afetiva e invenção. A pesquisa de campo utiliza o método da cartografia e foi realizadanuma oficina de escritaque ocorreu durante a pandemia de Covid-19, em formato remoto, com três estudantes de graduação. O estudo analisa a oficina como prática de cuidado e de atenção a si e ao outro, sugerindo que a atenção conjunta é uma arte a ser cultivada. Conclui que o trabalho em oficina, mesmo no formato online, favorece processos de atenção conjunta e indica que, para o enfrentamento dos problemas de escrita dos estudantes, a universidade deve experimentar estratégias de ensino e aprendizagem para além da aula baseada na transmissão unilateral de informação, bem como ecossistemas atencionais mais atenciosos.Downloads
Referências
AMADO, L. A escrita de si na formação de professores e a subjetivação das experiências. In: DIAS, R.; RODRIGUES, H. (Orgs.). Escritas de si: escutas, cartas e formação inventiva de professores entre universidade e escola básica. Rio de Janeiro: Lamparina, 2019, p. 98-106.
BELLACASA, M. P. de la. ‘Nothing comes without its world’: thinking with care. The Sociological Review, 60(2), 197-216, 2012.
CALIMAN, L. V., CÉSAR, J. M., & KASTRUP, V. Práticas de cuidado e cultivo da atenção com crianças. Revista Educação, Artes e Inclusão, 16(4), 166-195, 2020.
CALIMAN, L. V.; PRADO, M. R. Prise de psychostimulants et attention: l'expérience de deux adolescents diagnostiqués TDAH au Brésil et en France. La Nouvelle Revue – Éducation et Société Inclusives, v. 85, p. 131-146, 2019.
CITTON, Y. Pour une échologie de l’attention. Paris, Seuil, 2014.
DADICO, L. Modos de ler livros em meios digitais: transformações da experiência. Psicologia: Ciência e Profissão, v. 37, n°3, 725-737, Jul/Set. 2017.
DEBENETTI, C; BARROS, M; Escrever, corporar, inscrever: prática da criação de si na formação de professores. In: DIAS, R; RODRIGUES, H. (Orgs.). Escritas de si: escutas, cartas e formação inventiva de professores entre universidade e escola básica. Rio de Janeiro: Lamparina, 2019, p. 131-146.
DESPRET, V. Habiter en oiseau. Arles: Actes Sud, 2019.
DESPRET, V.; STENGERS, I. Les faiseuses h’histoires. Que fint les femmes à la pensée? Paris: Les empecheurs de penser em rond / La Decouverte, 2011.
DIAS, R. Modos de trabalhar uma formação inventiva de professores: escrita de si, arte, universidade e escola básica. In: DIAS, R; RODRIGUES, H. (Orgs.). Escritas de si: escutas, cartas e formação inventiva de professores entre universidade e escola básica. Rio de Janeiro: Lamparina, 2019, p. 13-35.
DIAS, R.O.; RODRIGUES, H.B.C. (Orgs.) Escritas de si: escutas, cartas e formação inventiva de professores entre universidade e escola básica. Rio de Janeiro: Lamparina, 2019.
GURGEL, V. A escrita literária: a co-emergência da obra e do autor. Dissertação (Mestrado em Psicologia) – Instituto de Psicologia - Universidade Federal do Rio de Janeiro, 2015.
GURGEL, V. Escrita literária coletiva: uma experiência em grupo. (Tese de Doutorado). Programa de Pós Graduação em Psicologia/Universidade Federal do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, Brasil, 2019.
GURGEL, V.; KASTRUP, V. O Processo de escrita literária e a coemergência da obra de arte e do autor. Psicologia em Revista, 25(3), 1000-1020, 2019.
GURGEL, V.; KASTRUP, V. Escrita literária em grupo: uma experiência coletiva. Revista Polis e Psique, 11(2), 136-156, 2021.
HAYLES, N. K. How We Read: Close, Hyper, Machine. ADE Bulletin, n. 150, p. 162-179, 2010.
HAYLES, N. K. Hyper and Deep Attention: The Generational Divide in Cognitive Modes. Profession, p. 187–199, 2007.
https://www.e-publicacoes.uerj.br/index.php/mnemosine/article/view/45970
KASTRUP, V. O funcionamento da atenção no trabalho do cartógrafo. In: PASSOS, E; KASTRUP, V; ESCOSSIA, L. (Orgs.) Pistas do Método da Cartografia. Pesquisa-intervenção e produção de subjetividade. Porto Alegre: Editora Sulina, 2009, v.1, p. 32-51.
LACHAUX, J-P. Le cerveau attentif. Paris: Odile Jacob, 2013.
MACHADO, A. M; FONSECA, P. F. A escrita endereçada como prática de formação e construção de realidade. Mnemosine, v. 15, n. 1, 2019.
MACHADO, A. Quando a escrita toca a produção institucional em um trabalho de extensão universitária. Tese (Livre Docência – Departamento de Psicologia da Aprendizagem, do Desenvolvimento e da Personalidade) – Instituto de Psicologia, Universidade de São Paulo, 2020.
MACHADO, A.M., HAHNE, B.S., FONSECA, P.F. Pensar é deslocar-se: o jogo da escrita endereçada. In: MACHADO, A.M. CARDOSO, S.G. (Orgs). A escrita como exercício em processos formativos. São Paulo : Blucher, 2021.
MUNIZ, P.H. Práticas de leitura no smartphone: efeitos na experiência do estudo. Dissertação de Mestrado. Universidade Federal do Rio de Janeiro, Instituto de Psicologia / Programa de Pós-Graduação em Psicologia, 2019.
PASSOS, E.; KASTRUP, V.; TEDESCO, S. H. (Orgs.). Pistas do Método da Cartografia. A experiência da pesquisa e o plano comum. Porto Alegre: Editora Sulina, 2009, v.1.
PASSOS, E; KASTRUP, V; ESCOSSIA, L. (Orgs.). Pistas do Método da Cartografia. Pesquisa-intervenção e produção de subjetividade. Porto Alegre: Editora Sulina, 2009, v.1.
POZZANA, L.; KASTRUP, V. “Cartografar é acompanhar processos.”. In: PASSOS, E; KASTRUP, V; ESCOSSIA, L. (Orgs). Pistas do Método da Cartografia. Pesquisa-intervenção e produção de subjetividade. Porto Alegre: Editora Sulina, 2009, v.1, p. 52-75.
SANCOVSCHI, B. Sobre as práticas de estudo de estudantes de psicologia: uma cartografia da cognição contemporânea. 265 fls. Tese (doutorado) – Universidade Federal do Rio de Janeiro, Instituto de Psicologia / Programa de Pós-Graduação em Psicologia, 2010.
SANCOVSCHI, B; KASTRUP, V. Práticas de estudo contemporâneas e a aprendizagem da atenção. Psicologia & Sociedade; 25(1): 193-202, 2013
SAVRANSKY, M.; STENGERS, I. Relearning the art of paying attention. SubStance, 47, 1, 2018 (Issue 145).
STENGERS, I. No tempo das catástrofes. São Paulo: Cosac Naify, 2015.
The Sociological Review, 60:2 (2012: 197-216).
TSING, A. L. The Mushroom at the End of the World – on the possibility of life in capitalist ruins. Princeton University Press, 2015.
VARELA F., THOMPSON E., ROSCH E., The Embodied Mind. Cambridge: MIT Press, 1993.
VERMERSCH, P. L´entretien d´explicitation. Issy-les-Molineaux: ESF, 2000.
VERONESE, L. A escrita como oportunidade de encontro na experiência do ensino universitário. In: MACHADO, A; CARDOSO, S (Orgs.) A escrita como exercício em processos formativos. São Paulo: Blucher, 2021, p. 49-57.
WILMER, H. H.; SHERMAN, L. E.; CHEIN, J. M. Smartphones and Cognition: A Review of Research Exploring the Links between Mobile Technology Habits and Cognitive Functioning. Frontiers in Psychology, 8, 605, 2017. Disponível em: http://doi.org/10.3389/fpsyg.2017.00605. Acesso em: 14 ago. 2018.
Publicado
Como Citar
Edição
Seção
Licença
Autores que publicam nesta revista mantêm os direitos autorais e concedem à revista o direito de primeira publicação, com o trabalho simultaneamente licenciado sob a Licença Creative Commons Attribution que permite o compartilhamento do trabalho com reconhecimento da autoria e publicação inicial nesta revista.
Autores têm autorização para assumir contratos adicionais separadamente, para distribuição não-exclusiva da versão do trabalho publicada nesta revista (ex.: publicar em repositório institucional ou como capítulo de livro), com reconhecimento de autoria e publicação inicial nesta revista.