O Ensino profissional entre “especialistas” e “produtores”

Autores

DOI:

https://doi.org/10.36704/eef.v24i44.6064

Palavras-chave:

ensino profissional, ensino agrícola, impressos, classes produtoras

Resumo

O artigo aborda os debates sobre o ensino profissional ocorridos na passagem do século XIX para o XX, comparando opiniões e propostas de “especialistas” nas questões agrícolas, tais como os engenheiros agrônomos, e de membros das classes produtoras, como fazendeiros, industriais e comerciantes. Analisam-se artigos dos periódicos Jornal do Agricultor (RJ), Revista Agrícola (SP) e Revista Industrial de Minas Geraes (MG), além de publicações referentes a reuniões de produtores, como o Congresso Agrícola, Industrial e Comercial, realizado em Belo Horizonte, em 1903. Conclui-se que o debate se aglutina em torno de três principais eixos: a mobilização das ideias de crise, atraso e ignorância, que sustentam a argumentação dos atores, não obstante haver diferentes propostas de ensino; a pretensa superioridade dos “especialistas” em contraposição à ignorância de produtores e de trabalhadores; os diversos modelos de ensino profissional pleiteados, que resultam em variadas modalidades de instrução.

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Biografia do Autor

Carolina Mostaro Neves da Silva, Universidade de São Paulo

Doutora em Educação pela Universidade de São Paulo, na área temática "História da Educação e Historiografia" (2016). Mestre em Educação pela Faculdade de Educação da Universidade Federal de Minas Gerais, na linha de pesquisa História da Educação (2010). Graduada em História pela Universidade Federal de Minas Gerais e em Turismo pelo Centro Universitário Newton Paiva. Integrante do Grupo de Pesquisa: Intelectuais da educação brasileira: formação, ideias e ações, da FEUSP. Professora de História do Ensino Médio do Colégio São Domingos-SP. Na área de pesquisa, atua principalmente nos seguintes temas: elites, intelectuais, imprensa e educação.

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Publicado

29/12/2021

Como Citar

Silva, C. M. N. da. (2021). O Ensino profissional entre “especialistas” e “produtores”. Educação Em Foco, 24(44), 34–58. https://doi.org/10.36704/eef.v24i44.6064