A Escrita como Agenciamento

Explorando Linhas de Minoração

Autores

DOI:

https://doi.org/10.36704/eef.v25i47.6909

Palavras-chave:

Exercicio de escrita, Ensino remoto, Mestrado Profissional, Terapia Ocupacional

Resumo

Quais frequências sensíveis podem ser mobilizadas em processos de escrita? Duas linhas desdobram-se dessa questão formulada no contexto de um Mestrado Profissional em Terapia Ocupacional na Faculdade de Medicina da USP: a insuficiência da língua escrita para nomear e dar passagem a dimensões da experiência trazidas para o âmbito da pesquisa, que carregam algo de indizível; e a insegurança perante o que se nomeia como escrita acadêmica. Refletiremos um processo vivido em uma disciplina desse programa de mestrado, atravessado pelas experiências da pandemia, do distanciamento social, do ensino remoto e do desafio de, em meio aos quadriculados da tela, fazer emergir um encontro entre corpos. A partir de exercícios de escrita foi possível criar intimidade entre escritoras e texto, fazer advir linhas de minoração que geraram deslocamentos naquilo que aprisionava a escrita e o pensamento, e dar relevo à força da experiência na formulação das questões de pesquisa.

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Biografia do Autor

Elizabeth Araújo Lima, Universidade de São Paulo

Professora associada do Curso de Terapia Ocupacional da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo, ministra aulas na graduação, no Mestrado Profissional Terapia Ocupacional e os Processos de Inclusão Social - FMUSP, e no Programa de Pós-graduação Estética e História da Arte - MAC-USP. É coordenadora do Laboratório de Estudos e Pesquisa Arte, Corpo e Terapia Ocupacional - USP e pesquisa sobre a interface arte, saúde, cultura e a produção de subjetividade.

Adriana Marcondes Machado, Universidade de São Paulo

Professora Associada do Instituto de Psicologia da Universidade de São Paulo, ministra aula na graduação e no programa de Pós-graduação Psicologia Escolar e do Desenvolvimento Humano no IPUSP e no Mestrado Profissional Terapia Ocupacional e os Processos de Inclusão Social, na Faculdade de Medicina da USP. Coordena o Serviço de Psicologia Escolar do IPUSP desde 2014 e pesquisa sobre a interface entre psicologia e educação, educação inclusiva, intervenção institucional, escrita e formação.

Erika Alvarez Inforsato, Universidade de São Paulo

Professora doutora do Curso de Terapia Ocupacional da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo, ministra aulas na graduação, no Mestrado Profissional Terapia Ocupacional e os Processos de Inclusão Social - FMUSP, e no Programa de Pós-graduação Estética e História da Arte - MAC-USP. É pesquisadora do Laboratório de Estudos e Pesquisa Arte, Corpo e Terapia Ocupacional - USP e pesquisa sobre a interface arte, saúde e cultura, a escrita e a produção de subjetividade.

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Publicado

22/12/2022

Como Citar

Lima, E., Marcondes Machado, A., & Alvarez Inforsato, E. (2022). A Escrita como Agenciamento: Explorando Linhas de Minoração . Educação Em Foco, 25(47). https://doi.org/10.36704/eef.v25i47.6909

Edição

Seção

Dossiê - No enquanto da pandemia: grupalidade, cuidado e invenções na formação universitária.